terça-feira, 2 de junho de 2009
Introdução
domingo, 31 de maio de 2009
O Conto
Luísa representa a figura de uma negra já liberta que apesar de não ser escrava, sofreu as opressões da época, lutou pela liberdade religiosa de seu povo e pela libertação de todos os escravos da Bahia.
A maior herança que Luísa deixou para o movimento de liberdade dos negros na Bahia foi seu filho Luís Gama (fruto de um relacionamento com um português, chamado Oliveira). O nome de Luís Gama ficou para sempre, na história do Brasil, como uma figura pioneira da Campanha Abolicionista.
Luísa Mahin
Mulher negra africana nascida em Costa Mina, na África, que veio para a Bahia, no Brasil, como escrava e que se tornou líder da Revolta dos Malês (1835). Pertencia à nação nagô-jeje, da tribo Mahin, daí seu sobrenome, nação originária do Golfo do Benin, noroeste africano que no final do século XVIII foi dominada pelos muçulmanos, vindos do Oriente Médio.
Tornou-se livre (1812) e sobreviveu trabalhando com quituteira em Salvador, Bahia, e dizia ter sido princesa na África. Participou de todos os levantes escravos que abalaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX, entre elas a Revolta dos Malês, a maior de todas as rebeliões de escravos ocorridas na Bahia.
A pretensa rainha conseguiu fugir para o Rio de Janeiro (1837), onde continuou a luta pela liberdade de seu povo até ser presa e desapareceu (1838), podendo ter sido deportada para a África.. Como negra africana, livre, da nação nagô, pagã, sempre recusou o batismo e a doutrina cristã, e um de seus filhos naturais tornou-se poeta e um dos maiores abolicionista do Brasil, Luís Gama (1830-1882), nascido em Salvador e morto em São Paulo. Por iniciativa do Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo, seu nome foi dado (1985) a uma praça em Cruz das Almas, bairro da capital paulista. Academia Nacional de la Mujer.
Luís Gama
Patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras, poeta, escritor, advogado, jornalista e um dos mais combativos abolicionistas de nossa história.
Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em Salvador, Bahia, em 21 de junho de 1830. Era filho da africana livre Luiza Mahin, uma das principais figuras da Revolta dos Malês, com um português chamado Oliveira, de uma rica família baiana, mas amante da boa vida e dos jogos de azar. Foi vendido como escravo por seu pai em 1840, para saldar dívidas de jogo.
Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luís, com apenas 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai em 1840, para saldar dívidas de jogo, sendo levado para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo. Foi comprado pelo alferes Antonio Pereira Cardoso. Em 1847, o jovem estudante Antonio Rodrigues do Prado Júnior, que conheceu Luís, ensinou-o a ler e a escrever.
Luís Gama tornou-se advogado e iniciou suas atividades contra a escravidão, conseguindo libertar mais de 500 escravos. Influenciou grandes figuras como Raul Pompéia, Alberto Torres e Américo de Campos, mas morreu em 24 de agosto de 1882, sem ver concretizada a Abolição.
Revolução dos Malês
Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os hauçás e os nagôs. (Termos étnicos que representavam identidades criadas pelo tráfico de escravos, onde cada termo continha um leque de tribos escravizadas de cada região da África).
Foram eles que participaram da rebelião, conhecida como dos "malê", pois este termo designava os negros muçulmanos, que sabiam ler e escrever o árabe.
Nos confrontos morreram alguns integrantes das tropas oficiais e vários negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram bastantes torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África.
Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo pessoal de D. Pedro II.
...continua até os dias atuais: A intolerância e a perseguição às religiões afro-brasileiras; e a Liberdade religiosa constante da Constituição Brasileira nem sempre é respeitada.